Coragem: o que faz a democracia respirar

O que é, afinal, a coragem?

A coragem é uma daquelas palavras que parece grande demais, mas que vive em gestos pequenos. É o que sentimos quando decidimos dizer o que pensamos, mesmo que seja difícil. É quando defendemos alguém que está a ser tratado injustamente. É quando escolhemos não ficar calados. A coragem, afinal, é o músculo que faz a democracia respirar. Sem ela, o medo toma conta e o silêncio vence.

Coragem e democracia: agir apesar do medo

Ter coragem numa democracia não significa não ter medo. Significa agir apesar do medo. É participar, fazer perguntas, discordar com respeito, propor ideias novas. É votar, é ir a uma assembleia, é organizar um grupo para melhorar a escola ou o bairro. Cada vez que alguém decide agir, a democracia fica mais forte, mais viva, mais parecida connosco.

Exemplos que mudaram o mundo

A história está cheia de pessoas que mostraram o poder da coragem. Em Portugal, muitos enfrentaram a ditadura e abriram caminho à liberdade: desde estudantes e jornalistas que desafiaram a censura, até figuras como Salgueiro Maia, que liderou o movimento militar do 25 de Abril, ou Sophia de Mello Breyner, que resistiu através da poesia. Também Rosa Parks, ao recusar ceder o seu lugar num autocarro, e Malala Yousafzai, ao defender o direito das raparigas à educação, mostraram como um gesto pode transformar o mundo.

Hoje, essa coragem continua a ser necessária. Frances Haugen denunciou práticas das redes sociais que prejudicam os jovens e fragilizam a democracia, e o artista Ai Weiwei usa a sua obra para expor abusos de poder na China. Em Portugal, a plataforma Não Partilhes trabalha para travar a partilha não consentida de imagens íntimas, enfrentando formas atuais de violência digital. Todos estes exemplos – de ontem e de hoje – lembram-nos que a coragem não é apenas um ato heroico, mas uma escolha que pode mudar vidas e abrir caminhos de liberdade.

Como se constrói a coragem em nós

E como é que se aprende a ser corajoso? A coragem começa em coisas simples: dizer o que pensamos com respeito, admitir quando erramos, não seguir o grupo só para agradar, ouvir quem é diferente. Cresce quando confiamos em nós próprios e quando sabemos que não estamos sozinhos. Ter amigos e adultos de confiança, cuidar da nossa autoestima e informar-nos bem sobre o mundo são passos importantes. Coragem não é nascer destemido, é treinar o coração para não se esconder quando algo importa.

O contrário da indiferença

Por isso, lembra-te: cada ato de coragem, por pequeno que pareça, é uma semente de futuro. A democracia precisa de pessoas que não desistam de pensar, de perguntar, de agir. Precisamos de ti, da tua voz, das tuas ideias, da tua vontade de mudar o que não está certo. Porque a coragem não é o contrário do medo. É o contrário da indiferença.

Para votar numa ideia para o BEM COMUM regista-te ou entra na tua conta

Bildung © 2024 - Todos os direitos reservados