Respeito e Democracia: tem tudo a ver com os jovens.

Vivemos numa época em que falar alto parece muitas vezes mais importante do que ouvir. A democracia, no entanto, constrói-se na escuta mútua, no diálogo e, sobretudo, no respeito pelas diferenças. Para os jovens, que crescem entre salas de aula, redes sociais e movimentos de transformação, perceber esta ligação entre respeito e democracia é mais do que uma lição de cidadania — é uma ferramenta de poder.

Respeito como base da democracia

A democracia vive da convivência de opiniões diversas. Não se trata apenas de votar, mas de garantir que todas as vozes, sobretudo as minoritárias, possam ser ouvidas sem medo. O respeito é o que nos permite debater ideias sem desvalorizar as pessoas. Sem respeito, o espaço democrático transforma-se num campo de batalha verbal, onde quem grita mais, vence. E isso não é democracia — é ruído.

O impacto na vida dos jovens

Para os jovens, viver numa democracia com respeito traduz-se em:

  •  mais oportunidades de participação — dar espaço aos jovens dentro das organizações políticas tradicionais e criação de espaços de participação alternativos e modernizados, como coletivos ativistas e plataformas online.
  •  mais segurança para se expressarem — processos de auscultação que valorizam as suas opiniões e sugestões e fazem com que os jovens se sintam ouvidos dentro das suas escolas, famílias e sociedade.
  •  mais espaço para serem quem são — incentivar a autonomia, valorizar a criatividade e cultivar o respeito e empatia, faz com que os ambientes seguros e inclusivos floresçam naturalmente e sejam cuidados e protegidos.

Quando se sentem ouvidos e valorizados, mesmo quando pensam de forma diferente, os jovens tornam-se agentes ativos da mudança. Por outro lado, quando o desrespeito prevalece, seja nas escolas ou na sociedade, cresce o medo de falar e diminui a confiança no sistema democrático.

Redes sociais, respeito e discurso de ódio

As redes sociais são hoje um dos principais espaços de convívio dos jovens — mas também onde o respeito é posto à prova todos os dias. Comentários agressivos, cancelamentos e discursos de ódio estão a tornar-se comuns. Esta violência simbólica pode ter efeitos reais: isolamento, sofrimento psicológico e desinformação.

Em Portugal, estudos recentes revelam que o discurso de ódio online, incluindo cyberbullying e outras formas de violência digital, é um problema significativo entre os jovens. Um em cada 10 jovens foi vítima de cyberbullying frequente, segundo um estudo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).

Defender o respeito online é também proteger a democracia e garantir que as redes não sejam usadas para silenciar ou atacar, mas para ligar e construir.

Conclusão 

Promover o respeito é mais do que ser “educado” — é defender a possibilidade de vivermos juntos com as nossas diferenças. Quando cultivamos o respeito nos espaços públicos e digitais, estamos a fortalecer a democracia e a abrir caminho para uma sociedade onde os jovens possam crescer, participar e transformar. Afinal, democracia sem respeito é só aparência — e os jovens merecem mais do que isso.

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